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Como a geada pode afetar a produção agrícola e quais alimentos podem ficar mais caros

19-05-2022

Como a geada pode afetar a produção agrícola e quais alimentos podem ficar mais caros

Hortaliças, cana-de-açúcar e banana são os cultivos que mais sofrem com geadas por serem sensíveis às temperaturas baixas, segundo pesquisadores. Tomate, que já é 'vilão' da inflação, também pode ser afetado.

onda de frio que vai atingir grande parte do país até domingo (22) deixa agricultores em alerta, principalmente os que plantam hortaliças, banana e cana-de-açúcar. Isso porque, em caso de geada, essas culturas costumam ser as mais sensíveis. 

Se esses alimentos forem afetados, o frio pode resultar em produtos com menos qualidade e ainda mais caros — lembrando que alguns legumes, frutas e o café estão entre os itens que mais subiram de preço nos últimos 12 meses, até abril.

geada acontece quando é formada uma camada de gelo nas superfícies por conta da intensa redução de temperatura quando a umidade do ar está elevada. E a previsão é de que ela possa ser registrada:

 

  • Nos estados do Sul: que são voltados para os cultivos de soja, carne, milho, cana-de-açúcar, hortaliças e algodão;
  • No Mato Grosso do Sul: estado grande produtor de soja. Há também cultivos de arroz, café, trigo, milho, feijão, mandioca, algodão, amendoim, cana-de-açúcar e hortaliças;
  • No sul de Minas Gerais: grande produtor de café e batata. Há também o desenvolvimento da horticultura;
  • No sul e oeste de São Paulo: produções de café, hortaliças, cana-de-açúcar e milho.

    "Hortaliças como a batata, a alface e o tomate não são nada resistentes ao fenômeno. Se os cultivos forem destruídos, terá grande impacto", afirma João Paulo Bernardes Deleo, pesquisador de hortaliças do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

    "Com a geada, sempre haverá a perda do limbo foliar [parte principal] e, consequentemente, afetará a planta. Claro que as hortaliças folhosas, por a folha ser justamente o produto comercial, são as mais afetadas", complementa Thiago de Oliveira, chefe do setor da economia da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp).