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Mala com R$ 800mil é achada em ação contra desvios na gestão José Eliton, em Goiás

28-03-2019

 

São cumpridos mandados de busca e apreensão na 2ª fase da Operação Decantação, que mira desvios na Companhia de Saneamento de Goiás. Justiça também determinou o sequestro de 65 imóveis avaliados em R$ 35 milhões.

 

 

José Eliton (PSDB) é alvo de buscas — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
José Eliton (PSDB) é alvo de buscas — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
 
A Polícia Federal prendeu cinco pessoas e cumpriu oito mandados de busca e apreensão na Operação Decantação 2, que investiga fraude em licitações e desvio de dinheiro na Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago). O ex-governador José Eliton (PSDB) é alvo de mandados de busca.
 
Em nota, a assessoria de José Eliton informou que ele está em Posse, no interior de Goiás, numa audiência como advogado, mas retorna hoje nesta tarde para Goiânia. Conforme o texto, o ex-governador "confirma que a PF cumpriu mandado de busca e apreensão em seu apartamento na capital, em que foi apreendido um computador, usado por seu filho mais novo. Ele informou ainda que dará uma declaração assim que tiver acesso ao inquérito da continuação da Operação Decantação.
 
G1 também pediu um posicionamento à Saneago sobre a investigação e aguarda retorno.
 
 
Polícia Federal apreende mala com cerca de R$ 800 mil durante a segunda fase da Operação Decantação, em Goiânia, Goiás — Foto: Polícia Federal/ Divulgação
Polícia Federal apreende mala com cerca de R$ 800 mil durante a segunda fase da Operação Decantação, em Goiânia, Goiás — Foto: Polícia Federal/ Divulgação
 
De acordo com a Polícia Federal, empresários, dirigentes da empresa e agentes públicos são investigados pelos desvios, cometidos entre os anos de 2012 e 2016. As buscas são feitas, conforme a polícia, em endereços de investigados e pessoas ligadas ao ex-governador, em Goiânia e Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital.
 
Durante as buscas, os policiais acharam uma mala de dinheiro e armas na casa de uma das mulheres presas. Segundo a PF, há R$ 800 mil.
 
Os mandados judiciais também envolvem sequestro de 65 imóveis, avaliados em R$ 35 milhões.
 
Policiais encontram dinheiro embrulhado em jornal, dentro de mala, em casa de mulher presa durante operação em Goiás, Goiânia — Foto: TV Anhanguera/ Reprodução
Policiais encontram dinheiro embrulhado em jornal, dentro de mala, em casa de mulher presa durante operação em Goiás, Goiânia — Foto: TV Anhanguera/ Reprodução
 
Desvio de dinheiro
 
A polícia informou que os desvios investigados na operação realizada nesta manhã ocorreram na gestão de José Eliton, que ficou no lugar de Marconi Perillo (PSDB) quando ele renunciou para concorrer à eleição de 2017.
 
De acordo com a PF, foi constatado que três empresas, de um único dono, foram beneficiadas em contratos com a Saneago, mesmo com "impedimentos fiscais e não sendo especialistas na prestação dos serviços demandados, o que indica direcionamento de licitação".
 
Segundo as investigações, parte dos recursos recebidos pela prestação de serviços à Saneago era repassada para o chefe de gabinete do então governador do estado. Também há indícios de que as empresas eram utilizadas para lavagem de dinheiro, pois conforme a PF, ficou comprovada transferência de valores na ordem de R$ 28 milhões entre o chefe de gabinete do ex-governador e a conta de uma das empresas.
 
A investigação apontou ainda que José Eliton usou, por várias vezes, um avião de propriedade de uma das empresas beneficiadas pelos contratos.
De acordo com a PF, os envolvidos devem responder, na medida de suas participações, pelos crimes de associação criminosa, peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, fraudes em processos licitatórios e lavagem de dinheiro.
 
 
Armas apreendidas durante a segunda fase da Operação Decantação — Foto: Polícia Federal/ Divulgação
Armas apreendidas durante a segunda fase da Operação Decantação — Foto: Polícia Federal/ Divulgação
 
Operação Decantação
 
A 1ª fase da Operação Decantação foi realizada em 24 de agosto de 2016. Na época, foram cumpridos 120 mandados judiciais em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Formosa e Itumbiara, em Goiás, além de São Paulo e Florianópolis (SC). Entre os presos estavam políticos e funcionários do alto escalão da Saneago.
 
Em setembro de 2016, o Ministério Público Federal denunciou 35 pessoas envolvidas em desvios de verba da companhia. As investigações apuraram que o prejuízo aos cofres públicos foi de R$ 5,2 milhões, referente ao sobrepreço em contrato de duas obras da Saneago.
 
Empresários, donos de construtoras e servidores da Saneago foram denunciados por crimes como peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, organização criminosa, lavagem de dinheiro e fraudes em processos licitatórios.
 
 
Sede da Companhia de Saneamento de Goiás no Jardim Goiás, em Goiânia — Foto: Assessoria de Imprensa da Saneago/Divulgação
Sede da Companhia de Saneamento de Goiás no Jardim Goiás, em Goiânia — Foto: Assessoria de Imprensa da Saneago/Divulgação
 
De acordo com a denúncia do MPF, a Saneago contratou uma empresa de assessoria, que fazia licitações de forma a direcionar o resultado da seleção para que as vencedoras fossem as empresas participantes da fraude. Em troca, as companhias repassavam dinheiro em forma de propina, pagamento de dívidas de campanhas, repasse para OS e até coquetéis feitos dentro do palácio do governo em nome do órgão.
 
Interceptações telefônicas feitas com autorização da Justiça durante a Operação Decantação, obtidas pela TV Anhanguera, mostram que dívidas de campanhas eleitorais foram pagas com verba da Saneago.